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Psicopatia

Falar de personalidade é, por si só, um tema muito complexo. Isso porque o desenvolvimento da personalidade das pessoas é multifatorial, ou seja, depende de variáveis ambientais, genéticas, intelectuais, de estrutura familiar, entre muitas outras. Exatamente devido a essa dificuldade, o conceito de transtorno de personalidade ainda é pauta de muitos estudos e requer um estreitamento da sua definição. 

O termo “psicopatia” é amplamente difundido na cultura, especialmente quando se pensa em sujeitos que se envolvem em atos criminosos. Os psicopatas surgem nos discursos quando falamos de casos como o do Vampiro de Niterói, o Maníaco do Parque ou o Caso Richthofen. A evolução desse conceito perpassou diversos aspectos de ordem ética, moral, social e de estereótipos que passaram a se associar ao que hoje entendemos como um psicopata. 

Foi o médico Philippe Pinel, considerado pai da psiquiatria, que iniciou os estudos sobre a temática. No livro “The Treatise on Insanity”, usou “manie sans delirie” para falar sobre pessoas, não diagnosticadas com quaisquer outros adoecimentos mentais que explicassem os sintomas, e que apresentavam comportamentos impulsivos, agressivos e livres de culpa mesmo se conscientes das consequências de suas ações. 

Contudo, é Emil Kraepelin, um psiquiatra alemão, que cunhou a definição de “personalidade psicopática” pela primeira vez a partir de uma tipologia de treze categorias que procurava descrever indicadores de comportamento criminal. 

Atualmente, a psicopatia é denominada Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) pelos principais manuais de psiquiatria e se caracteriza por um padrão de comportamentos afetivos disfuncionais que provocam sofrimento significativo para aqueles que convivem com esse indivíduo. Os psicopatas são descritos como sujeitos donos de um tipo de encanto superficial, pensamento racional e grande inteligência. São mentirosos, egocêntricos, incapazes de sentir culpa ou vergonha e de aprender com a experiência. Frequentemente, se tornam abusadores de drogas, tendem a ser institucionalizados e apresentam prejuízo global no desenvolvimento.

A literatura científica atual relaciona crianças e adolescentes submetidos a situações de abuso, negligência, agressividade e outras experiências traumáticas com o desenvolvimento de transtornos de personalidade borderline e antissocial. Ou seja, a perpetração da violência é um fator de risco para o desenvolvimento do TPAS. 

Esta relação com a violência também leva sujeitos dignosticados com TPAS a terem um risco aumentado de suicídio devido aos impactos negativos da dificuldade no funcionamento social, os desafios de lidar com os traumas da infância, uso e abuso de drogas e a relação familiar conturbada. 

Sabendo da relevância do meio onde este sujeito se insere, compreende-se que o fator ambiental pode ter ação preventiva se devidamente identificado. Reconhecer os sinais de forma precoce (na infância ou adolescência) pode evitar que o quadro evolua para um transtorno de personalidade propriamente dito.

Contudo, é inegável a existência de outro fator relacionado à ocorrência do Transtorno de Personalidade Antissocial: alterações neurológicas na amígdala, nos lobos frontais e pré-frontais, que se associam à agressividade. Exames de imagem e estudos comportamentais já comprovaram danos consideráveis nessas regiões em indivíduos que apresentavam características de psicopatia. 

Embora seja um transtorno de causa multifatorial e que gera tanta dúvida na comunidade científica, é fato que o transtorno de personalidade anti social se relaciona com diversos comportamentos que impactam não somente a família e aqueles próximos a essas pessoas, mas, muitas vezes, tomam uma dimensão social. Diante da amplitude dos impactos das características psicopáticas, diversas tentativas de tratamento e intervenções foram testadas ao longo dos anos. 

Hervey Cleckley e Robert Hare são nomes de referência no estudo do transtorno e afirmam que pessoas com características antissociais não respondem aos tratamentos psicoterapêuticos tradicionais com a mesma eficácia que as demais, apresentando poucas mudanças significativas.  Contudo, compreende-se que as perspectivas cognitivo-comportamental e psicanalíticas apresentam os melhores resultados em termos de estratégias para lidar com o transtorno. 

O tratamento é intensivo e de longa duração. Nesse período, estabelecem-se intervenções focadas na reestruturação cognitiva, resolução de problemas e tratamento do abuso de substâncias. O foco é demonstrar formas novas e mais produtivas de usar as habilidades sociais para alcançar seus objetivos. 

Já quando se trata das pessoas impactadas por este convívio, sabe-se que podem apresentar sentimentos de medo, culpa, angústia, ansiedade e outras diversas reações emocionais. Por isso, é importante que a psicoterapia seja uma ferramenta para curar as feridas que se abrem diante de um convívio tão abusivo e doloroso. Para isso, a DF Psicologia conta com profissionais capacitados para te acolher. 

 

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