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No cotidiano, é habitual que as pessoas adotem posturas menos conscientes e mais automáticas nas suas ações, de modo que a atenção ocupa um espaço desprestigiado na vida da maioria das pessoas. Uma pesquisa realizada por Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert para a Universidade de Harvard aponta que as pessoas passam cerca de 47% do tempo pensando em coisas que não estão acontecendo no momento presente e este dado se relaciona com níveis mais altos de infelicidade, ansiedade e estresse. 

Neste estado de desatenção, é comum que as pessoas mantenham uma postura em que se elaboram diversas concepções racionais e críticas sobre si mesmas que contribuem para o sofrimento psíquico. Por outro lado, assumir uma postura de observação sobre o que se pensa ou sente, compreendendo o lugar onde estes pensamentos se formam, foi um fator associado a maiores níveis de bem-estar por alguns teóricos. 

Devido à gama de benefícios associados à prática de Mindfulness, esta ferramenta tem sido cada vez mais difundida entre profissionais da Psicologia como uma forma de melhorar a tomada de consciência e promover respostas mais adequadas aos processos mentais. 

 

O que é Mindfulness? 

Mindfulness é um treinamento criado por Jon Kabat-Zinn em 1982 que busca trazer qualidade de atenção para os momentos ao estabelecer um estado mental no qual não se estabelecem julgamentos ou racionalizações acerca dos pensamentos, sentimentos e sensações que possam surgir durante o processo: cada um é reconhecido e aceito da forma como se apresenta. 

O Mindfulness foi desenvolvido usando técnicas de meditação das práticas budistas e estratégias da Terapia Cognitivo Comportamental e os exercícios podem ser feitos através do foco nas percepções das sensações corporais, do reconhecimento de reações emocionais, alongamentos, ioga, através de imagens mentais ou experiências perceptivas.

As meditações buscam cultivar uma postura aceitadora dos sentimentos, dos pensamentos, das relações com o outro e consigo mesmo. Aceitar, nessa perspectiva, não diz respeito a uma postura de resignação, mas de acolhimento dos pensamentos e sentimentos, sejam estes agradáveis ou dolorosos, como resultados do seu contexto e história de vida. 

Estar plenamente atento ao momento presente envolve a regulação intencional da atenção por meio do foco em percepções imediatas e, principalmente, da suspensão de julgamentos e racionalizações. Além disso, é importante adotar uma postura curiosa e aberta para viver e experimentar a realidade como ela se apresenta. Dessa forma, implica em desapegar e desconstruir conceitos e preconceitos para se reposicionar em relação ao mundo interno e externo. 

Por isso, compreende-se que o Mindfulness requer prática e consistência e pode ser feita de diversas formas, todas benéficas à saúde física e mental. Tanto a prática formal, através de exercícios determinados com o psicoterapeuta, quanto a prática informal incorporada no cotidiano são de extrema importância, pois enquanto uma desenvolve as habilidades de atenção e aceitação, a outra aplica as habilidades adquiridas na vivência diária do sujeito. 

Uma possibilidade de incorporar o Mindfulness ao dia-a-dia é por meio de uma prática de meditação focada nas sensações e sons da respiração. Sempre que a atenção vagueia entre pensamentos, deve-se então reconhecê-lo, mas trazer a concentração de volta para a respiração sem se criticar ou tentar modificar o que aparecer. Trata-se, assim, de buscar um mergulho na realidade conforme ela existe. 

Tradicionalmente, Jon Kabat-Zinn recomendou uma prática diária e formal mínima de duas ou três semanas, durante as quais se observam os efeitos da prática para possíveis ajustes. Embora sejam recomendados 45 minutos diários, há um consenso de que a consistência e a prática são muito mais importantes do que a quantidade de tempo. Desse modo, é possível estabelecer práticas mais curtas e realistas ao cotidiano das pessoas. 

 

Benefícios

Os efeitos das intervenções de Mindfulness são diversos e abrangem tanto a saúde física, quanto a mental. Por este motivo, as suas aplicações no contexto terapêutico são muito amplas: desde o tratamento de transtornos de ansiedade até acompanhamento de pacientes crônicos e/ou terminais. 

As meditações modulam os níveis de cortisol no organismo, promovendo relaxamento do corpo e são reconhecidas por auxiliar no processo de regulação emocional ao colocar emoções intensas em outro contexto, criando um espaço entre o evento e a resposta. Este espaço permite que a tomada de decisões seja mais consciente do momento e, consequentemente, menos reativa. Por isso, atua de forma positiva na redução dos comportamentos de procrastinação.

Promove o desenvolvimento de habilidades interpessoais e é uma estratégia muito utilizada pela Terapia Comportamental Integrativa de Casal (IBCT) para desenvolver habilidades de comunicação e validação entre casais. Nesses casos, a prática de Mindfulness aumenta a aceitação entre os parceiros e estabelece formas mais adequadas para lidar com os conflitos de forma empática. 

Outras consequências da prática são o aumento da tolerância à frustração, maior flexibilidade cognitiva, maior habilidade de resolução de conflitos e níveis mais altos de atenção e memória de trabalho. 

Também reduz o impacto do estresse sobre a imunidade e ajuda no controle da compulsão alimentar. Um estudo conduzido por Marina Carpena e Carolina Menezes demonstrou que intervenções baseadas em meditação reduzem o nível de estresse tanto em pessoas que não apresentam o estresse como queixa principal quanto em pessoas já estressadas. Esses dados corroboram com pesquisas que apontam que estas intervenções são uma boa ferramenta para o tratamento de pessoas que sofrem com Estresse Pós-Traumático com eficácia moderada na redução da percepção da severidade de sintomas. 

Além disso, os benefícios se manifestam através da redução dos sintomas da ansiedade, depressão, de comportamentos de ruminação e autocrítica e estímulo à descoberta de novas estratégias para lidar com o estresse. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal da Bahia elucida que o mindfulness é uma ferramenta recomendada para a prevenção de recaídas depressivas, promovendo qualidade de vida e redução dos riscos de suicídio de forma tão efetiva quanto tratamentos tradicionais baseados em medicações psicoativas. 

A DF Psicologia conta com profissionais adequados para aplicação das técnicas de meditação do Mindfulness, estamos prontos para te receber. Venha você também conhecer esse método para a melhoria da sua qualidade de vida e da sua conexão consigo mesmo!

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